terça-feira, 2 de novembro de 2010


 Elenco:  Chris Guerra, Iohana Blue, Mara Elisa, Nãna Freitas e Marisa Rebello
Texto:  Mara Elisa,  Direção: Nãna Freitas
Cartaz: Marisa Rebello

domingo, 17 de outubro de 2010

Deserto
Na esquina ninguém
e na casa também
Como não sentir nada 
tendo somente esta luz silenciosa por companhia?
E ela não é capaz nem de piscar
para me dar a ilusão de estar viva
E este nada que sinto é pedante
irritante
E o meu próximo ato?
apagar a luz e dormir
Mas me nego e insisto em ouvir
o barulho dos carros na rua
Na verdade devo estar esperando
o sorriso e o beijo de "boa noite" de minha mãe
após adormeço esquecendo, assim, estas sombras 
que se formam na parede quando a luz se apaga
Sombras que por vezes parecem amistosas e acariciantes
quando dançam iluminadas pelo vento
Por outras vejo nelas meus diabinhos fazendo caretas
Quem sabe devo fazer as pases com eles
podendo, então, apagar as luzes!
Mas não é a luz
é o silêncio
Não! não é a luz nem o silêncio
é o vazio
 e não é nem o vazio espacial
é o vazio astral
é uma perspectiva inexistente
para um amanhã e um depois
é a falta de um motivo para querer acordar
quando o relógio despertar.


domingo, 21 de fevereiro de 2010

 

Ah! Sei! A resposta vem com o tempo.
Depois da absorção de todo o sofrimento
Eu mesma a encontro, ou melhor,
tiro aquela velha conclusão:
-Assim foi porque assim tinha que ter sido!

Mas quem sabe Ele não responde porque
eu não iria gostar da resposta?

O juízo acaba insano.

A memória não retém mais nada, além
da fotografia estática da nova realidade.
Um filme sombrio
Um suspense
Um susto
Pense!

Por quê?

E a lágrima seca
no derradeiro instante de rolar
porque o coração ainda acredita.